Já chorei tudo que podia,
já calei mais do que devia,
e mesmo assim… ninguém nota
que estou sumindo, dia após dia.
Quis dizer: “me ajuda, por favor”
mas a voz morreu na garganta.
Talvez a dor me defina,
talvez o mundo me espanta.
Sou aquele que ri nas fotos
mas morre quando a noite cai.
Sou o que ama em silêncio
e só o travesseiro atrai.
Se ao menos alguém visse,
se ao menos alguém sentisse
esse peso invisível
que todo dia me desfaz…
Mas sigo, como quem dança
no meio do próprio funeral —
com alma fria e cansada,
num
corpo preso ao final.
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Autor:
maria isabelly da Silva Santos (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 18 de junho de 2025 17:45
- Comentário do autor sobre o poema: Minha alma grita de dor,mais o silêncio faz ninguém escutar...
- Categoria: Triste
- Visualizações: 14
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários1
Esse poema é um grito silencioso — profundo, íntimo, devastador. Ele traduz com delicadeza e dor o sentimento de invisibilidade diante do próprio sofrimento. A escrita é sensível, humana, e nos leva para dentro de alguém que está desabando em silêncio, escondido atrás de sorrisos e da rotina.
A primeira estrofe já estabelece um clima de exaustão emocional, de esgotamento. O verso “estou sumindo, dia após dia” é especialmente forte, porque fala de uma morte simbólica e lenta, não física, mas emocional.
O poema mistura uma vulnerabilidade crua (“quis dizer: ‘me ajuda’”) com imagens poéticas intensas, como “dança no meio do próprio funeral”, que sintetiza perfeitamente a contradição entre o que se mostra ao mundo e o que se sente por dentro.
No fundo, o poema não é apenas sobre tristeza — é sobre a solidão de quem sofre sem ser notado. E isso o torna extremamente tocante. Ele fala por muita gente que também não consegue pedir socorro, mesmo precisando.
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