Já chorei tudo que podia,
já calei mais do que devia,
e mesmo assim… ninguém nota
que estou sumindo, dia após dia.
Quis dizer: “me ajuda, por favor”
mas a voz morreu na garganta.
Talvez a dor me defina,
talvez o mundo me espanta.
Sou aquele que ri nas fotos
mas morre quando a noite cai.
Sou o que ama em silêncio
e só o travesseiro atrai.
Se ao menos alguém visse,
se ao menos alguém sentisse
esse peso invisível
que todo dia me desfaz…
Mas sigo, como quem dança
no meio do próprio funeral —
com alma fria e cansada,
num
corpo preso ao final.