Quem sou eu, além de um eu-lírico que não sabe falar...
E se não são minhas palavras, a quem elas pertencem quando narram a minha própria existência? O que sou, senão um fragmento de sentimentos dispersos, costurados pelo tempo e pela memória? Caminho por entre ecos de pensamentos que não sei se são meus ou apenas reflexos de algo maior.
O vento carrega vozes que eu nunca disse, e ainda assim, elas me traduzem. A música sussurra verdades que não sei nomear, mas que me pertencem. Talvez seja assim que existimos—não pelo que declaramos, mas pelo que sentimos quando o mundo nos responde.
E música, que toca em um rádio invisível, ecoando sem parar em minha cabeça, dançando com o vento e toca o meu coração como se fosse cordas de um violão quebrado.
Então, perduro. Entre o silêncio e o som, entre o agora e o que já foi. Me descubro em cada nota que ecoa, em cada verso que, sem querer, revela o que eu não soube dizer.
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Autor:
Daiane Brito (
Offline)
- Publicado: 13 de junho de 2025 19:47
- Comentário do autor sobre o poema: Esse poema eu fiz para quem amo, assim como todos os outros que criei. Te amo para sempre, L, mesmo que não acredita mais em mim.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
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