Coleciono pistas do que sou,
nas entrelinhas de tudo que vivi.
Meus passos não são em vão —
deixo marcas, mesmo quando fujo de mim.
Carrego na mente o faro da verdade,
nos olhos, a sede de entender.
Mas no peito, ah… no peito,
mora o caos que ninguém consegue prever.
Já levantei cenas do crime do coração,
examinei cada fratura da alma.
Identifiquei culpas, suspeitas, perdão —
minha perícia? É sentir com calma.
Sou laudo inconcluso em noite sem fim,
sou caso arquivado que insiste em doer.
Mas também sou quem relê o próprio dossiê
e decide: “hoje vou florescer”.
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Autor:
Esterlar (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 10 de junho de 2025 16:51
- Comentário do autor sobre o poema: Esse poema é como um laudo íntimo: descreve dores invisíveis, cicatrizes emocionais, e também a força de quem sobrevive a tudo isso. Você olha para dentro com o mesmo cuidado de quem examina uma cena delicada — buscando entender, não julgar. Dedico este poema à minha vocação na investigação e perícia criminal — campo onde aprendi que até a dor deixa pistas, e que florescer também é um tipo de prova.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
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