Julgado pela amada fidalguia,
O preso, pendurado porcamente,
Sorvia o seu sufoco, só, silente,
Enquanto o poviléu chorava e ria.
Sentindo que dali não passaria,
Olhou, ficando roxo, pro poente.
A Vida estava logo ali na frente,
Tão perto quão distante, quente e fria.
As últimas palavras do "Maldito",
Morreram, reprimidas, na garganta.
Quem sabe o que no fim teria dito?
O adágio que da tumba se levanta?
O chiste que não pode ser escrito?
O sumo da verdade sacrossanta?
-
Autor:
Nelson Dias Neto (
Offline)
- Publicado: 9 de junho de 2025 18:08
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.