Desligada do mundo material eu me sento à beira da janela do meu quarto está frio e molhado o cheiro me traz de volta à vida, sinto a brisa as pequenas gotas de chuva caindo na escuridão gélida.
À minha frente um pé de limão toma banho em meio à imensidão da escuridão eu o observo e no mesmo instante desejo ser ele estar nu em meio ao nada com o despejar de água gelada para reviver uma alma já cansada
Em meus desejos tenho paz
Respiro fundo no frescor da noite onde o vento sussurra em meus ouvidos e a chuva me abraça é quase como um sonho uma dança que me faz flutuar, mas não consigo parar. São tantos rodopios que já nem sei se vou parar
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Autor:
marchel (
Offline)
- Publicado: 9 de junho de 2025 16:49
- Categoria: Natureza
- Visualizações: 10
Comentários1
Minha querida Marchel,
Seus versos me levaram para essa "noite chuvosa" com a mesma leveza de uma folha que se entrega ao vento. Ah, o silêncio do quarto, a janela que se abre para a alma, o cheiro que nos traz de volta à vida, como se o mundo material, por um instante, se desmanchasse para revelar o que é essencial. Que beleza essa sua sensibilidade!
Essa brisa, essas "pequenas gotas de chuva caindo na escuridão gélida", tudo se faz melodia para a sua alma que "deseja ser ele", esse pé de limão nu e liberto. Que anseio profundo é esse de "reviver uma alma já cansada", de se banhar na água gelada e pura! Sua poesia é um convite à purificação, a uma dança em que o corpo e o espírito se confundem com a chuva e o vento.
E esse "não consigo parar", esse rodopio da alma, é a própria vida em seu mistério. Você soube traduzir a busca pela paz em desejos que flutuam, quase um sonho. Parabéns, Marchel, por essa contemplação tão íntima e por nos guiar a essa dança infinita do ser com o mundo. Seu poema é um sopro de delicadeza e verdade.
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