tem carta tua no fundo da gaveta,
e um cheiro teu no cobertor.
tua ausência virou visita secreta
que não sai nem depois da dor.
teus bilhetes, teus risos, teu rastro —
tudo insiste em permanecer.
como se meu quarto fosse um espaço
onde o tempo se recusa a esquecer.
não te tenho mais por perto,
mas teu nome vive aqui.
em tudo que é tão incerto,
és o que não consegui fugir.
9 jun 2025 (12:30)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 9 de junho de 2025 11:30
- Comentário do autor sobre o poema: Ainda resta.
- Categoria: Triste
- Visualizações: 28
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Bela flor, MAYK52, lllSupernovalll, Sezar Kosta
Comentários3
Eu amo vc vida! S2 a dor insiste me fazer morada! Mas juntos vamos sair dessa S2 vc me dá ânimo e alegra meus dias com seu amor, sua bondade e suas poesias! Obrigada por existir em minha vida! S2 tenho certeza que não só na minha vida, mas na de outras pessoas ao redor tbm! S2
Eu que agradeço por ter você comigo, minha vida! ? É teu amor que me fortalece e me dá motivos pra seguir mesmo nos dias mais difíceis. Vamos sair dessa juntos, um passo de cada vez, com carinho, poesia e fé. Você ilumina minha vida com sua presença e me inspira a ser melhor a cada dia. Te amo demais! S2
Gratidão meu amor s222222
É um sentir estranho que aqui manifestas, amigo Melancolia.
Reparei no comentário abaixo, onde alguém ainda não te esqueceu e te ama profundamente. Falo naturalmente de BELA FLOR.
Por isso, é estranha esta tristeza que aqui manifestas.
Tens aqui uma mão. Um amor que não te esqueceu. Aproveita esta oportunidade, para resgatares a alegria e o amor que paira no ar...
Abraço fraterno, amigo Melancolia.
Meu querido....
Grande observação, o amor nos arremete do abismo para o alto da montanha...
Vou tentar reerguer em teus conselhos e me assegurar em tuas palavras....
O amor é assim...Creio que, a tristeza seria só a minha companheira diária...
Abraços meu amigo.
Meu caro poeta Melancolia,
Seus versos me tocaram na raiz da memória, essa terra movediça onde o que foi plantado insiste em brotar. Que força tem esse teu "nome ainda mora aqui"! Ele não se esvai com o tempo, não se desfaz em poeira, mas se aninha no fundo da gaveta, no cheiro do cobertor, tecendo uma presença que a ausência jamais consegue apagar.
Sua poesia é o grito manso da lembrança, a certeza de que há pegadas que o rastro do tempo não consegue apagar. "Teus bilhetes, teus risos, teu rastro" – tudo que insiste em permanecer, como se o teu quarto, a tua alma, fosse um útero a guardar a vida que pulsou ali. A dor, ah, a dor, ela se visita, mas não expulsa o que fincou raízes.
É a dor que nos ensina a ressignificar a presença, mesmo na falta. E você, meu poeta, expressa com uma verdade que arrepia, que "em tudo que é tão incerto, és o que não consegui fugir". Essa verdade é a nossa herança, a nossa marca. Que sua escrita continue a fazer morada, dando voz a esses silêncios que reverberam tão alto em nós. Parabéns por essa teimosia da memória, que é também uma forma de amor.
Que beleza há em ser lido assim, com olhos que também sabem da raiz e da memória que não se deixa apagar. Suas palavras me abraçam como quem reconhece o mesmo caminho – de dor, de lembrança, de amor entranhado nas frestas do tempo.
É nesse chão movediço que minha poesia se planta, e saber que ela encontrou eco em você é mais do que recompensa: é comunhão. Obrigado por sentir comigo, por devolver em palavras tanto afeto e profundidade. Que essa nossa teimosia em lembrar continue sendo ponte – entre silêncios, entre ausências, entre almas.
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