Ergue-se a cidade em pranto,
mármore sujo de medo e dor.
Nas vielas, um triste canto,
refrão de um mundo sem cor.
Ruas marcadas por passos incertos,
vidas compradas, destinos rasgados.
No escuro dos becos, olhos abertos,
corpos cansados, corações calados.
A faca que corta não escolhe a pele,
a bala perdida conhece o caminho.
Quem dita a lei, da sombra repele
o grito sufocado do povo sozinho.
Mãos que suplicam viram algemas,
lágrimas caem sem funeral.
A paz é sonho preso em sistemas
onde a justiça é mero ritual.
Mas há fogo sob as cinzas,
há faísca onde há razão.
Por mais que a noite seja cinza,
nasce um sol na escuridão.
-
Autor:
JOKER (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 9 de junho de 2025 00:50
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.