Vou esconder as lágrimas
e mandar sorrisos
encobrindo as feridas
com coloridos band aids
vestindo a melhor roupa
como se fosse antigos domingos
Vou falar palavras ordeiras e gentis
para simular o rebuliço que trago por dentro
e fastiar o tédio
amansar o cavalo
domar o leão
e encantar a serpente
soprando na flauta músicas que não entendo
Vou disfarçar o cansaço
mascarar a tristeza
amordaçar o medo
enxugar a sangria
sonegar a agonia
escurecer os cabelos grisalhos
e me fantasiar de pura euforia
No simulacro em que crio
vou viver enrustido e encolhido
entocado feito animal acuado
perseguido e assustado
apenas para parecer que tudo está bem
e que sou (quase) sempre animado e feliz
-
Autor:
joaquim cesario de mello (
Offline)
- Publicado: 6 de junho de 2025 10:50
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.