Por onde passo
ninguém me aplaude
alguns ensaiam vaias
outros nem me olham
e os dias seguem indiferentes
Por onde passo
deixo rastros
que logo serão apagados
pelo suor evaporado das ruas
pela brisa refrescante dos ventos
e pelo pisotear dos pés alheios que não seguem
Por onde passo
retiro pedaços de paisagens
que levo na algibeira esquerda da memória
onde guardo guimbas de cigarros fumados
resíduos dos minutos que ainda me sobraram
e o puído retrato em que estou nos braços da minha mãe
Por onde passo
somente eu faço meu caminho
tão microscópico e tão minúsculo
que o polvilhar das borras do tempo
haverá de entapetar e depois meramente encobrir
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Autor:
joaquim cesario de mello (
Offline)
- Publicado: 5 de junho de 2025 08:26
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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