Adormeceu, sim,
mas o sono não é fim:
é retorno.
E sonhou,
com uma casa torta,
com janelas partidas,
com móveis que estalam como lamentos não ditos.
Pisou no assoalho gasto,
que rangia como dentes de um morto ao vento.
A garganta seca como terra de cemitério.
As mãos tremendo…
Um copo.
Um reflexo.
Um medo.
E assim, de novo,
como quem é condenado a andar em círculos de espelhos,
ele recomeça.
Pois alguns fantasmas
não assombram casas,
assombram a si.
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Autor:
Toldi (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 29 de maio de 2025 17:42
- Categoria: Triste
- Visualizações: 9
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