Adormeceu, sim,
mas o sono não é fim:
é retorno.
E sonhou,
com uma casa torta,
com janelas partidas,
com móveis que estalam como lamentos não ditos.
Pisou no assoalho gasto,
que rangia como dentes de um morto ao vento.
A garganta seca como terra de cemitério.
As mãos tremendo…
Um copo.
Um reflexo.
Um medo.
E assim, de novo,
como quem é condenado a andar em círculos de espelhos,
ele recomeça.
Pois alguns fantasmas
não assombram casas,
assombram a si.