trago uma mácula no braço esquerdo
é que de vez em quando eu me belisco
tentando provar que ainda estou vivo
não quero passar por aí feito um nada
ao lado de vela que nem posso assoprar
como quando falo e ninguém me escuta
como quando escrevo e ninguém me lê...
são mortes, e essas por ora me bastam
por isso às vezes eu permaneço calado
por isso, às vezes, eu deito as palavras
numa inversão quase infantil de papéis
pra provocar os sentimentos de perda
jamais cri em dimensão de apatia, mas
será que a rosa sente a borda do vaso?
será mesmo gelada a queda das pétalas?
confesso, entre tantas neuras tão vivas
já cheguei a temer um toque mais quente:
“a poeira da alma não fica sobre a mobília”
ou será que ela fica?
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 28/05/25 –
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Autor:
Antonio Luiz (
Offline)
- Publicado: 28 de maio de 2025 12:26
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
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