Restinho de mim

CORASSIS



O restinho de mim
resolveu ser uma pluma diminuta
decidiu ser conduzido por um vento continuo
para observar tudo pelo alto
atrevido pela sorte, a vaguear
Imaginou a perspicácia e a obediência dos anjos
para observar tudo pelo alto
anjos de velocidade alterada
me disseram uma vez que anjos
gostariam de ser humanos
desconfio que não!
Anjos são indissolúveis
astros blindados
eu, restinho, nem sempre
interessante
meu DNA tem erros ancestrais
Jovens lágrimas
por que as antigas não distraem das imagens atuais
Um elo perdido de amores
o passado tem dor soberana
calem se as notícias perturbadoras e sobrenaturais
tenho tímpanos apurados
audição de engano
se apoderou em bruta altura
o mundo descobriu dezenas de temperos e sabores
eu aprendi apenas três
o mundo é uma feira
de desgostos e prazeres
resta a sabedoria e antever
a barraca que se apresenta primeiro.

  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de maio de 2025 15:34
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagem de Arek Socha por Pixabay
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4
Comentários +

Comentários1

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    Bravo arrasou. Sem comentários. Parabéns poeta. Boa noite.

    • CORASSIS

      Nobre Rosangela, gratidão pela sua visita.
      Abraço, querida poetisa.



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.