AMOR, ESSÊNCIA INVISÍVEL

Sezar Kosta

Amor, brisa que chega sem alarde,

Toca a pele, acalma a alma,

Luz de aurora nas noites mais fundas,

Farol silencioso, abrigo em maré revolta.

 

Te reconheço no sol que desperta as flores,

No calor que faz brotar vida nos galhos nus,

Remédio sutil para feridas que não se veem,

Cura que se esconde nos gestos mais simples.

 

És presença que não se apaga na ausência,

Pensamento que embala o sono,

Prece sussurrada ao vento,

Desejo de paz no coração inquieto.

 

Não precisas de provas ou promessas,

Vives no café quente servido com mãos gentis,

No abraço que diz “fica”,

Na mão que guia sem ferir,

Corrige e aponta caminhos

Com firmeza, nunca com imposição.

 

És chuva mansa lavando antigas mágoas,

Renovando a terra dos nossos dias,

Refúgio e renascimento em cada tempestade,

Elo que une, que ensina,

Transforma erro em semente de lição.

 

Mesmo invisível, és presença,

Voz que ecoa quando tudo silencia,

Promessa de que tudo passa

E o amor permanece,

Mais forte que a dor,

Mais antigo que o tempo.

 

Celebro-te, amor, no milagre cotidiano,

No instante breve —

Poesia que faz sentido à existência.

Em cada batida do peito,

Tua luz, tua ternura,

Essência do que é humano em nós.

 

Que sejamos sempre lembrança viva

De que o amor não pede provas —

Ele se respira, se vive, se é.

Milagre oculto,

Sopro que dá cor ao mundo,

E, em tua pureza,

Te celebro, amor,

Em tua forma mais plena e invisível.

  • Autor: Sezar Kosta (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de maio de 2025 22:12
  • Comentário do autor sobre o poema: Às vezes fico pensando que o tempo é um pouco como aquele armário da cozinha que só abre se a gente puxar do jeito certo. O ontem guarda aquela coleção de lembranças meio desbotadas, algumas com cheiro de pão quente, outras com o leve aroma de arrependimento e chá morno. Já o amanhã, coitado, vive como lista de compras que a gente nunca termina — cheia de promessas, sonhos e aquele plano de finalmente começar a caminhar todo dia (começando segunda, claro). Foi nesse intervalo curioso entre os "já fui" e os "ainda serei" que o poema nasceu. Eu estava, sinceramente, pensando em como o amor se encaixa nesse tempo todo, como um cobertor que a gente esquece no sofá e reencontra justo no dia que esfria. Ele não precisa de relógio, porque sabe chegar na hora certa — mesmo que pareça atrasado. É essa presença invisível que costura o ontem e o amanhã com linha de afeto, paciência e um quê de mágica. E você? Em que parte do tempo o amor mais te visita? Vamos conversar. Deixe seu comentário, compartilhe sua impressão — prometo responder com carinho e sem clichês (ou quase nenhum).
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10
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Comentários +

Comentários2

  • MAYK52

    Olá, caro poeta Sezar,
    Excelente definição da essência do amor. Ele vive e pulsa dentro de nós, esperando o cheiro, a ternura, o carinho, a compreensão do outro, para poder fluir ardentemente dentro do peito.

    Gostei bastante. Parabéns!

    Abraço fraterno

    • Sezar Kosta

      O amor é que nem aquela chuva boa que limpa a poeira da alma, que leva embora as tristezas e faz a gente se sentir renovado. Nele a gente encontra um cantinho seguro, um abrigo forte quando a vida fica turbulenta. É o laço que junta, que dá força, que transforma os erros em aprendizado e nos ensina a sermos pessoas melhores.

      Seu comentário foi como um raio de sol atravessando a persiana num dia preguiçoso: inesperado e absolutamente necessário. Obrigado pela leitura generosa — que o amor te sopre boas surpresas hoje!

    • Melancolia...

      Que poema mais sublime... Há uma serenidade em cada verso que acalma, como se o amor descrito fosse realmente essa brisa mansa que toca sem alarde. A forma como você o descreve — como presença, cura, gesto, silêncio e semente — é tão humana e tão divina ao mesmo tempo. “O amor não pede provas — ele se respira, se vive, se é.” Que linha linda... Dá vontade de guardar esse texto no peito. Obrigado por compartilhar tanta beleza.

      • Sezar Kosta

        Ah, meu amigo, amante da vida e da palavra sentida! Detenhamo-nos um instante, como quem admira o suave bailado das folhas ao vento, para contemplar as cores desta análise emocional que acaba de desvendar. É como se tivesse espiado a alma do poema, e o que encontrou ali resplandeceu com a beleza serena de um lago ao amanhecer.

        Muito obrigado por esse comentário tão cheio de calor humano! É como receber um abraço de palavras com cheiro de bolo saindo do forno. Que o amor também te visite nos dias nublados e te faça rir de si mesmo nos dias de sol!



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