Amor, brisa que chega sem alarde,
Toca a pele, acalma a alma,
Luz de aurora nas noites mais fundas,
Farol silencioso, abrigo em maré revolta.
Te reconheço no sol que desperta as flores,
No calor que faz brotar vida nos galhos nus,
Remédio sutil para feridas que não se veem,
Cura que se esconde nos gestos mais simples.
És presença que não se apaga na ausência,
Pensamento que embala o sono,
Prece sussurrada ao vento,
Desejo de paz no coração inquieto.
Não precisas de provas ou promessas,
Vives no café quente servido com mãos gentis,
No abraço que diz “fica”,
Na mão que guia sem ferir,
Corrige e aponta caminhos
Com firmeza, nunca com imposição.
És chuva mansa lavando antigas mágoas,
Renovando a terra dos nossos dias,
Refúgio e renascimento em cada tempestade,
Elo que une, que ensina,
Transforma erro em semente de lição.
Mesmo invisível, és presença,
Voz que ecoa quando tudo silencia,
Promessa de que tudo passa
E o amor permanece,
Mais forte que a dor,
Mais antigo que o tempo.
Celebro-te, amor, no milagre cotidiano,
No instante breve —
Poesia que faz sentido à existência.
Em cada batida do peito,
Tua luz, tua ternura,
Essência do que é humano em nós.
Que sejamos sempre lembrança viva
De que o amor não pede provas —
Ele se respira, se vive, se é.
Milagre oculto,
Sopro que dá cor ao mundo,
E, em tua pureza,
Te celebro, amor,
Em tua forma mais plena e invisível.