Para os que não acreditaram, só restou as lamentações
Já não sou limpo, já me afoguei na lama
Eu vejo a chuva caindo e se misturando com as minhas esperanças
Acredito, não há outro modo, apenas mortificação
Sendo o covarde que fui, preferi o caminho fácil
Sempre bebendo a mesma coisa, mesmo sabendo do gosto
Quando estive na minha embriaguez, na sarjeta esperando a mortalha
Algo falou para mim, que não era o fim
Morte ao homem velho, espadas forjadas de sangue para o novo
Tingindo as mentiras com a verdade crua
Quero ser um modelo do melhor, enquanto trabalho para não ser o pior
Você sabe bem, que meu coração é pura mediocridade
Repetindo as orações, para quem sabe um dia Deus ouvi-las
Mergulhado na culpa, pintado por remorso
Consciência fraca, não tenho desculpas, fui indigno, agora, me resta a humildade
Nuvens escuras, sim, para limpar toda a minha alma com água
A mortificação, na cabeça, nos pés, nas mãos
Não entendem, não compreendem, que a cruz é o que temos?...
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Autor:
Lucas F. (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 15 de maio de 2025 11:45
- Categoria: Surrealista
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: LF Text, Melancolia...
Comentários1
É impossível ler isso sem sentir o impacto da dor, da luta interna e da coragem de se despir da própria vaidade. Suas palavras transbordam verdade — essa verdade difícil, crua, que vem depois do fundo do poço, quando tudo o que resta é encarar o próprio reflexo sem máscaras. A mortificação aqui parece mais que sofrimento: é purificação, é tentativa de recomeço. Que essa jornada, por mais escura que pareça, te leve a um renascimento real, com menos peso e mais paz. Porque reconhecer a própria queda já é, por si só, um passo em direção à luz.
Que comentário incrível, muito obrigado por escrever, captou exatamente o sentimento do texto, esse poema se relaciona um pouco com o \"decadência\" que escrevi e postei aqui ontem, eu fico muito feliz de ler seu comentário, novamente, muito obrigado por suas palavras. Abraços 🙂
Grato pelo grandioso comentário...
Abraços...
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