Para os que não acreditaram, só restou as lamentações
Já não sou limpo, já me afoguei na lama
Eu vejo a chuva caindo e se misturando com as minhas esperanças
Acredito, não há outro modo, apenas mortificação
Sendo o covarde que fui, preferi o caminho fácil
Sempre bebendo a mesma coisa, mesmo sabendo do gosto
Quando estive na minha embriaguez, na sarjeta esperando a mortalha
Algo falou para mim, que não era o fim
Morte ao homem velho, espadas forjadas de sangue para o novo
Tingindo as mentiras com a verdade crua
Quero ser um modelo do melhor, enquanto trabalho para não ser o pior
Você sabe bem, que meu coração é pura mediocridade
Repetindo as orações, para quem sabe um dia Deus ouvi-las
Mergulhado na culpa, pintado por remorso
Consciência fraca, não tenho desculpas, fui indigno, agora, me resta a humildade
Nuvens escuras, sim, para limpar toda a minha alma com água
A mortificação, na cabeça, nos pés, nas mãos
Não entendem, não compreendem, que a cruz é o que temos?...