Vacila o gesto no instante do toque,
cede o corpo sem perder o contorno,
acolhe o olhar como quem abriga relâmpagos,
abre espaço onde já houve fronteira.
Paira um riso que não captura instantes,
o toque vacila à beira de um nome,
o cheiro desmancha pactos não ditos,
e o silêncio goteja onde dói devagar.
Cada curva revela o que distancia,
cada palavra escava um vão ou levanta um abismo,
há peso no que finge ser leve,
e fuga no que se dobra sem gritar.
Ser é tropeçar no próprio gesto,
morder a ausência antes do toque,
perder-se sem saber o caminho de volta,
e amar como quem teme ser descoberto.
L. R. Ramos – 2025
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Autor:
L. R. Ramos (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 15 de maio de 2025 08:11
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
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