Em alguns cenários há luta,
E algum desespero
Quem anda pelas ruas em dias de domingo
E passa pelos camelôs que vendem
O metal enferrujado e objetos
Que um dia foram novos
Quem anda por entre as bancas dos feirantes
Que vendem a fruta, a verdura, o legume
Verá andando cabisbaixos pelos cantos
A mulher, o homem, a criança
Mesmo que por um momento
Um sorriso breve abranda a nossa angústia
A imagem dificilmente encardida, em andrajos
Recebe às vezes a solidariedade
Mas continuam vivendo de restos
Da compaixão, da misericórdia, da caridade
Parecem alheios a tudo, distantes
A fome adulta e a fome que ainda cresce.
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Autor:
Ivam Melo (
Offline)
- Publicado: 9 de maio de 2025 07:43
- Comentário do autor sobre o poema: Fazendo os meus caminhos pelas ruas da Baixada Fluminense sempre percebo a vida difícil, vida de luta, vida de sobrevivência que muitas pessoas têm. Em alguns casos, a vida de algumas pessoas, é uma vida degradante do ponto vista físico, moral. A primeira situação se compõe de pessoas que trabalham exercendo a atividade de camelôs e feirantes, trabalho sem carreira assinada, sem garantias trabalhistas. As outras pessoas, são pessoas muito pobres que estão sempre no mesmo espaço e recebem dos feirantes alimentação para sobreviver. Isso tudo, percebo, na feira que acontece, aos domingos, no bairro do Lote XV, município de Belford Roxo. Vale dizer, ainda, que a solidariedade predomina nos feirantes quando, a forma de pensar, passa dos sentimentos para a atitude, assim fica concretizada a compaixão, o compartilhar o sofrimento alheio.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários1
Bom saber que os feirantes, a gente que luta, tem sensibilidade e bom coração e assim ajudam o irmão carente.
Sempre você Maria Dorta, fazendo comentários inteligentes a respeito dos meus textos poéticos. Sinto-me bem em saber que você faz a leitura dos meus textos simples que expõe a nossa realidade. Eles têm o objetivo em conscientizar as pessoas sobre os problemas abordados nos textos publicados neste site.
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