Em alguns cenários há luta,
E algum desespero
Quem anda pelas ruas em dias de domingo
E passa pelos camelôs que vendem
O metal enferrujado e objetos
Que um dia foram novos
Quem anda por entre as bancas dos feirantes
Que vendem a fruta, a verdura, o legume
Verá andando cabisbaixos pelos cantos
A mulher, o homem, a criança
Mesmo que por um momento
Um sorriso breve abranda a nossa angústia
A imagem dificilmente encardida, em andrajos
Recebe às vezes a solidariedade
Mas continuam vivendo de restos
Da compaixão, da misericórdia, da caridade
Parecem alheios a tudo, distantes
A fome adulta e a fome que ainda cresce.