Achei que era chama, mas era brisa,
um sopro leve que o tempo levou.
Confundi o brilho com promessa,
mas era só espelho do que sonhou.
Admirei demais, desejei demais,
e vesti de amor o que era distração.
Talvez, no fundo, bastasse um não,
mas eu escolhi crer na exceção.
A demora falou antes da resposta,
e quando enfim chegou, já era tarde.
Agora sei: foi só ilusão exposta,
que se desfez — sem dor, sem alarde.
Mas fica a certeza no peito cansado:
não era amor… só um encanto emprestado.
-
Autor:
Metamorfose (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 9 de maio de 2025 00:07
- Categoria: Amor
- Visualizações: 52
- Usuários favoritos deste poema: werner, MAYK52, Drica, Tereza Mendonza Lima
Comentários3
Ah, Metamorfose, que poesia linda e sutil — como quem sussurra verdades ao coração já calejado. ??
Seu “Curta Ilusão” é um espelho delicado daquelas paixões que parecem infinitas, mas passam como vento. Quanta beleza nessa desilusão sem rancor, nesse desapego sem escândalo. Há uma maturidade elegante no verso “Agora sei: foi só ilusão exposta, que se desfez — sem dor, sem alarde.” Isso é raro… e tocante.
A estrutura leve contrasta com a densidade da emoção — uma dança entre o que se esperava e o que foi. A última linha fecha como chave em porta antiga: “não era amor… só um encanto emprestado.” Uma daquelas verdades que não machucam mais, só ensinam.
Ah, que generosidade tua em ler com tanta sensibilidade…
Teu comentário é como brisa mansa sobre a pele de um poema que ainda arde.
Sim, há dores que já não gritam — apenas ensinam, como disseste com tanta beleza.
“Encanto emprestado” talvez seja mesmo isso: um reflexo breve que vem só pra mostrar o quanto somos capazes de sentir.
Obrigada por acolher cada verso com tamanha ternura. É raro — e é cura.
Temos que ter cuidado com os ventos que sopram. Podem ser muito enganadores...
Gostei deste poema, amiga Metamorfose.
Beijinhos!
Tens razão… os ventos, às vezes, sussurram promessas que o tempo desfaz.
Mas há beleza até nesses enganos — eles nos afinam o sentir, nos ensinam a escutar com mais alma e menos pressa.
Fico feliz que o poema tenha te tocado, amiga querida.
Que saibamos dançar com o vento… sem deixar que ele leve o que é raiz.
Essas ilusões de ótica, o falso brilho de palavras ocas, tudo isso nos serve de lições. Não percamos as esperanças, isso importa!
Tuas palavras são como farol em meio à neblina: iluminam sem iludir.
Sim, aprendemos com esses brilhos falsos… eles nos ensinam a distinguir o ouro do reflexo.
E mesmo com olhos mais atentos, que o coração nunca se feche — porque a esperança é o que mantém a alma em flor.
Gratidão por partilhar essa verdade doce e firme.
Com carinho,
Metamorfose.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.