Achei que era chama, mas era brisa,
um sopro leve que o tempo levou.
Confundi o brilho com promessa,
mas era só espelho do que sonhou.
Admirei demais, desejei demais,
e vesti de amor o que era distração.
Talvez, no fundo, bastasse um não,
mas eu escolhi crer na exceção.
A demora falou antes da resposta,
e quando enfim chegou, já era tarde.
Agora sei: foi só ilusão exposta,
que se desfez — sem dor, sem alarde.
Mas fica a certeza no peito cansado:
não era amor… só um encanto emprestado.