Ver você cruzar a sala
é assistir ao desejo se fazer gesto,
não mais como uma faísca breve,
mas o sim o calor que constrói nosso ninho.
Cada noite — repouso.
Cada manhã — abrigo em você.
Tocar sua pele
é sempre o começo de um caminho novo.
Mesmo conhecendo cada curva,
me perco como quem volta ao lar
e ainda se surpreende com o chão.
Amar você com o corpo
é ouvir o que não sei dizer.
É silêncio que grita verdades,
é se deitar num mapa sem fim —
onde cada toque é travessia
e cada pausa, um lar.
Você sabe ser brisa
quando minha alma pede leveza,
e sabe ser vento forte
quando preciso me desfazer.
Seu abraço é queda e salvação —
e eu sempre me encontro ali.
Te amo sem cercas,
com a inteireza de quem chegou.
Te olho com a clareza de quem vê,
te sinto com a calma
de quem já não precisa fugir.
Na sua pele, reencontro partes de mim
que o tempo tentou levar.
Ali, repousa minha paz,
sem alarde,
sem promessa.
Mesmo no silêncio mais longo,
você me chama.
Não grita — apenas está.
E é no seu estar
que meu amor se reconhece:
não como minha posse,
mas como meu lar.
-
Autor:
Sezar Kosta (
Offline)
- Publicado: 7 de maio de 2025 18:52
- Comentário do autor sobre o poema: Olá, pessoal! Deixa eu contar um segredinho baixinho sobre o poema "Onde na Pele Mora o Desejo". Sabe, a inspiração para esses versos não veio de uma aventura épica ou de um drama shakespeariano (embora a vida tenha seus teatros, né?). A fagulha inicial, a centelha que acendeu essa chama de palavras, foi algo bem mais... chão. Foi a epifania singela de que o labirinto mais bonito e acolhedor que já explorei não estava nos livros de mapas cheios de rotas complexas, mas sim... bem, vocês sabem onde, lendo o poema. Às vezes, a casa da gente não tem telhado, mas tem pele e abraço, e essa descoberta é um susto bom! E essa sensação virou o poema, que fala de achar pedacinhos perdidos da gente em outro alguém, de toque que vira conversa, de silêncio que grita verdades e de abraço que é pouso e voo ao mesmo tempo. É uma celebração desse lugar que é refúgio e descoberta constante. Agora que revelei um pedacinho desse "segredo", queria muito saber o que ele (o poema, claro!) sussurrou no ouvido de vocês. Quais caminhos ele fez na sua leitura? Contem aqui nos comentários? Abraço e boa leitura! Sezar Kosta
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.