minha alma pertence a uma janela onde faço pedidos a estrelas cadentes.
o cigarro habita em meus dedos,
o sorriso é a única marca de meu rosto.
o vento torna-se pele no qual eu sinto presente,
sem poder tocar.
o frio é um abraço de boas-vindas,
onde o escuro me abriga com amor.
a lua é mãe solteira,
devota em seus filhos,
assim como eu sou dela.
o quintal é tão enorme,
mas não me perco nos espaços
nem me sinto só no Universo.
Saturno é meu padrinho companheiro,
co-regente Urano, de consagração,
no fuso horário ao qual eu nasci.
batizaram-me Felicidade – sobrenome Eterna – e deram-me o caminho incerto
para que eu possa viver intenso
todos os momentos da vida.
minha voz é instrumento.
minha canção é de agora.
inspiração é o ar que respiro para transpirar paixão pela vizinhança.
meus cachos são de uva,
da parreira abundante de minhas terras,
deleitando saciável o vinho
de minhas próprias veias.
meu coração – sim, o coração – é toda herança pós vida oferecida pelos céus
no qual o meu destino está escrito nas estrelas,
falecendo meu inferno.
meus pés tocam as casas.
minha mente é equilíbrio.
ouço atento a língua das galáxias:
que abram o leque
que entoem a canção
virá buscar-te, não há o que temer.
sente-se, minha criança, você é bem-vindo.
ao destino que possui
enxerguei o seu nome:
você é da noite.
afirmei-lhe,
então,
nunca tão convicto:
sim, eu sou da noite.
e caí,
na liberdade de minha escuridão.
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Autor:
Stefe (
Offline)
- Publicado: 3 de maio de 2025 14:34
- Categoria: Surrealista
- Visualizações: 5
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