Ecos poluentes

Isis P. Told

Estou calada,  
mais uma vez sem dizer nada.  
O eco da sua voz cobre a minha,  
um som que, há tanto, não reconheço.  

Eu concordo, eu cedo,  
mas por quê?  
Por que é tão fácil me perder  
na força vazia de palavras alheias,  
de gente cega, de mentes fechadas?  

Aceito demais,  
muito mais do que deveria.  
Mas minha voz, quando tenta surgir,  
é cortada pelo fio afiado da sua.  

Se falo, você me cala.  
Se insisto, você silencia.  
E eu, quieta, aprendo a morder a língua,  
até esquecer o gosto da minha verdade.

  • Autor: Told (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de maio de 2025 11:47
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 14
  • Usuários favoritos deste poema: Ivam De melo Regis
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