A um passo do abismo
e os olhos já sem foco
procuram no céu um sinal
de que a vida vale a pena.
Há vozes que dizem “fique”
mas falam como quem nunca caiu.
conselhos vazios lançados a
um poço onde só o eco responde.
Há uma vertigem que ninguém
vê, um grito guardado entre os dentes.
Um peso que não se explica aos
vivos.
E os olhos aprenderam a
disfarcar, como quem pinta rosas
em um muro em ruínas.
O corpo carrega pesos antigos,
segredos trincando os ossos e
um eco que implora por um repouso
sem nome.
O chão treme, mas ainda não cede.
E talvez isso seja o pior – não cair, mas
continuar no quase.
No quase desistir, no quase não dizer
No quase viver, no quase rir, no quase chorar
No quase pedir ajuda, no quase...
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Autor:
Iara (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 2 de maio de 2025 12:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
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Comentários1
Um lindo poema sobre angústia e ansiedade, linda construção
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