Quando eu era jovem
E meu conhecimento sobre o mundo
Era bem menor do que tenho agora
Peguei um pouco de minha inocência
Aquela parte de mim protegida
De todos os esforços do mundo real
Em me ferir e consumir
Coloquei numa mala e joguei ao mar
Da minha jornada nesta vida, esperançoso
Pela sua volta quando eu mais precisasse
Ao chegar numa idade avançada
Quando já aceitei ser um instrumento
Das demandas que me rodeiam
E ser apenas mais um a ter
A individualidade drenada
A mala com minha inocência
Voltou até mim
Abrí-la e tive um deslumbre
Da pessoa que eu era
Dos sonhos um dia sonhados por mim
Da minha antes intocável pureza
Minha integridade e tudo que me fazia ser
Eu
Ao final, fechei a mala
Joguei de volta ao mar
Porque apesar do meu desejo
De ficar com aquela sensação
Pra sempre, temi pelo fato
Do meu eu do futuro precisar dela
Então eu a guardei
Justamente para ele
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Autor:
caiolebal (
Offline)
- Publicado: 29 de abril de 2025 15:14
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
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