A morte bateu em minha porta, e, sem forças para resistir, eu a deixei entrar.
Ela caminhou pelos escombros da minha mente e, com voz calma, perguntou:
— Como consegues viver aqui?
Com lágrimas que mal consegui conter, sorri de um jeito que só a dor pode moldar:
— Não consigo... mas é tudo o que me resta.
Ela, com olhos vazios, ofereceu:
— Deixa-me levar-te a um lugar onde o sofrimento se apaga.
Engoli o nó na garganta e pedi:
— Só mais um momento...
Ainda há correntes que preciso soltar.
E, com um riso seco, quase um suspiro, murmurei:
— Obrigado por vir. Já ansiava pela partida... só não queria ser inoportuno.
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Autor:
Luckzinn (
Offline)
- Publicado: 26 de abril de 2025 21:18
- Comentário do autor sobre o poema: Sou só um cara com alguns problemas, mas quem não é?
- Categoria: Triste
- Visualizações: 17
- Usuários favoritos deste poema: Isis P. Told
Comentários1
Dá pra sentir que suas palavras nascem de experiências profundas e de uma percepção muito intensa da vida. Nem todo mundo tem essa capacidade de transformar a dor em arte, e isso mostra uma força imensa, mesmo quando fala de fragilidade. Seu jeito de enxergar e expressar o que é invisível para muitos é um dom precioso. Seu texto é dolorosamente belo. Você conseguiu transformar a dor, o cansaço e a luta silenciosa em algo que toca a alma. A forma como descreve a relação com a morte, com tanta serenidade e humanidade, me fez sentir cada palavra como um sussurro de algo que muitos sentem, mas poucos conseguem expressar. Obrigado por ter a coragem de escrever isso, às vezes, palavras como as suas ajudam outros a se sentirem menos sozinhos... não sei se lerá isso, mas, parabéns poeta!
Obrigado pelo seu comentário, me alegra saber que meu trabalho deixa as pessoas confortáveis.
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