A morte bateu em minha porta, e, sem forças para resistir, eu a deixei entrar.
Ela caminhou pelos escombros da minha mente e, com voz calma, perguntou:
— Como consegues viver aqui?
Com lágrimas que mal consegui conter, sorri de um jeito que só a dor pode moldar:
— Não consigo... mas é tudo o que me resta.
Ela, com olhos vazios, ofereceu:
— Deixa-me levar-te a um lugar onde o sofrimento se apaga.
Engoli o nó na garganta e pedi:
— Só mais um momento...
Ainda há correntes que preciso soltar.
E, com um riso seco, quase um suspiro, murmurei:
— Obrigado por vir. Já ansiava pela partida... só não queria ser inoportuno.