Na poltrona do tempo

Arthur Silva

Sentado ali, naquela poltrona gasta, com o tempo bordado nas mãos enrugadas, teu olhar, vô Emílio, ainda abraça o menino que fui nas tuas madrugadas.

Chinelo simples, camisa listrada, tuas histórias vinham como brisa encantada. Cada palavra tua, um mundo aberto, teu silêncio... Um carinho por perto.

Foram vinte e quatro anos de céu em terra, de lições suaves, sem precisar guerra. Teu relógio marcava não só as horas, mas cada instante em que o amor mora.

Lembro do teu jeito calmo e risonho, da sabedoria feita de sonhos. Do jeito que me chamava de filho, mesmo sendo neto, eu era o teu brilho.

Hoje, essa foto é relíquia sagrada, mas tua presença nunca foi passada. Vives em mim, em tudo o que faço, e no abraço que o tempo deixou no espaço.

  • Autor: Arthur Silva (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de abril de 2025 14:55
  • Comentário do autor sobre o poema: Esse poema é uma homenagem para o meu avô que nos deixou no dia 8 de abril de 2025 aos 87 anos.
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 12


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