Eu olhei fundo demais pro abismo —
E nele eu perdi meu instinto —
Me senti, engolindo minha própria alma —
Torcendo para não ser devorada —
Tentei desviar o olhar — Mas para onde eu olhava, em qualquer lugar — Ali ele estava —
O abismo seguia como um predador —
Sua caça não terminaria enquanto não me devorasse em dever de sua fúria primitiva —
Talvez foi erro meu olhar fundo demais —
Como se eu tivesse pedido por isso — Sabendo o que fosse acontecer —
Me perdendo nesse ciclo infinito.
Comentários3
Quando olhamos demais para o abismo, ou temos medo dele, ou a tentação de lá cair.
Ainda bem que essa tentação não aconteceu.
Poema inquietante, mas belo. Gostei, amiga Carrietta.
Beijos e abraços
Me lembrou uma frase de friedrich nietzsche : " se você olha por muito tempo para o abismo,o abismo olha para você"
Adorei o poema??
Seu poema é muito expressivo e impactante. A metáfora do abismo foi trabalhada com grande sensibilidade, transmitindo de forma intensa a sensação de perda e inevitabilidade. A repetição da imagem do abismo em todos os lugares reforçou a atmosfera de sufocamento, e o desfecho, com a ideia de um ciclo infinito, encerra o texto de maneira marcante. Sua escrita tem um ritmo natural e envolve o leitor do início ao fim. Parabéns pelo belo trabalho.^^
Obrigada!
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