Nas sombras da alma

Ícarus Arvrid

No silêncio das sombras, onde o amor se esconde,

Eu sou a chama que se acende, mas não arde.

Em meus olhos, o reflexo de um desejo perdido,

E em meu peito, o eco de um grito mudo e sentido.

Tu és o sol que jamais tocará minha pele,

Brilhas tão distante, um farol que me cega,

A cada passo dado, te vejo se afastando,

Mas sou atraído como se um destino cego me chamasse.

Teus olhos são o porto onde meu navio não pode ancorar,

E ainda assim, eu navego em mares revoltos,

Tentando alcançar as tuas mãos que se afastam,

Como estrelas fugidias na vastidão da noite sem fim.

Eu, que sou o homem de mãos vazias,

A esperança perdida no olhar que se perde em ti,

E tu, a aurora que nunca serei capaz de tocar,

Vagas, etérea, livre, enquanto eu sou prisão.

Meu corpo é um jardim onde floresce a saudade,

Onde cada pétala se desprende ao vento que me negas,

E eu, com minha flor murcha, sigo esperando,

Por um afago que nunca virá, por um abraço que não existirá.

O teu sorriso, como um reflexo na água do lago,

Me cega, me afasta, e me afunda em águas profundas,

Onde não há chão, onde não há espaço,

Apenas o vazio que cresce à medida que o amor se distancia.

Ah, como o tempo te faz mais distante, mais intocável,

E eu sou a sombra que te segue, incansável,

Sabendo que jamais seremos mais que isso:

O sonho de um amor que nunca será vivido.

  • Autor: Ícarus Arvrid (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de abril de 2025 13:03
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 2


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