Pele

anapaula.*.

Pele cheia de espinhas 

Blusa molhada com um 

Cheiro forte e grotesco 

Suor

Coloco um durex na 

Minha testa 

Deixo os óculos caírem 

Sobre o meu nariz 

Tecido epitelial (de cacau)

Tem brigadeiro nos meus lábios 

Granulado nas minhas bochechas 

Tem creme sendo absorvido

Pela minha epiderme 

Eu desenho no meu rosto 

Com maquiagem 

Minhas unhas estão quebrando 

Mas ainda com esmalte 

Pintas por vários lugares

(Isso não tem que ser assustador)

Meu corpo é revestido 

Observo uma formiga andando

Sobre o braço 

Coloco o lápis dentre os dentes 

Aranhas - muitas aranhas- no teto

Digitais avermelhadas 

Uma simples roupa de calor curta

Amostra as espinhas 

Sem perfume 

Lábios secos

Subo e desço os braços e as pernas

Profiro palavras 

As pessoas só atentam

ao menos importante 

Coloco os meus joelhos

sobre o chão gelado 

Fecho os olhos 

Tenho uma prosa em participar

Não toque em que não é 

Permitido tocar 

 

 

  • Autor: anapaula.*. (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de agosto de 2020 10:42
  • Comentário do autor sobre o poema: Comecei a pensar em detalhes simplórios sobre mim enquanto observava o teto do quarto.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 45
  • Usuários favoritos deste poema: KeySch
Comentários +

Comentários2

  • Nelson de Medeiros

    Bom dia poeta. Bastante intrigante este teu poema, aliás, muito bem escrito.
    1 ab

    • anapaula.*.

      Muito obrigada!

    • Edla Marinho

      Boa noite, menina. São coisas simples que às vezes passam despercebidas... mas são importantes, é a vida...complexa e ao mesmo tempo, simples. Um abraço

      • anapaula.*.

        É verdade, boa reflexão. Abraço!



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