A TERNURA DAS PEQUENAS COISAS

Sezar Kosta

Existem coisas que a vida nunca ensina, 

mas que nascem no compasso do coração. 

Como segurar a porta para quem vem atrás, 

ou devolver o sorriso, 

feito um raio de sol, 

pra quem te entrega o troco na padaria. 

 

Ternura não precisa de ensaio, 

não veste traje de gala. 

Ela é o avô que finge perder no dominó, 

é o amigo que escreve sem porquê, 

só pra saber se o mundo ainda cabe em você. 

 

A gente fala tanto de amor, de paixão, 

mas esquece que o amor é miúdo, 

é o vizinho regando o corredor vazio, 

a senhora que bate à porta com um pedaço de bolo, 

porque sobrou — e dividir é tão doce quanto açúcar. 

 

Há um universo inteiro 

nos gestos que não ecoam alto. 

Talvez a vida seja só isso: 

um mosaico de mãos estendidas, 

de olhares que aquecem, 

de palavras que dançam baixinho 

na melodia de quem ainda se importa. 

 

E, quem sabe, o mundo seja menos chato 

quando entendermos que a ternura 

é um poema que não precisa ser escrito. 

Ela vive. 

Na simplicidade das pequenas coisas. 

  • Autor: Sezar Kosta (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de abril de 2025 20:03
  • Comentário do autor sobre o poema: O poema evoca ternura e sensibilidade ao destacar os pequenos gestos do cotidiano que, muitas vezes, passam despercebidos. Ele explora a beleza da simplicidade humana, o calor das interações espontâneas e a generosidade que não exige reconhecimento. A emoção central é a empatia, com toques de nostalgia e reflexão sobre o valor das pequenas ações. É um texto que convida o leitor a prestar atenção ao que há de mais singelo e, ao mesmo tempo, profundo na convivência humana.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 12
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