Velha Estrada

Carrietta

A vida é como uma velha estrada —

a gente percorre, e até sem gasolina vive — Uma estrada sem fim - percorrida - jornada infinita -—

neste caminho - Não há ninguém, ela não deixa —

pois nesta velha estrada, existe uma placa: “solitária amarga” — percorro, tento correr 

para fora deste lugar — Mas nunca sei onde me encontrar — 

sozinha, não sou mais destemida —

acho que fui no começo, mas me faltou gasolina —

e não há nenhum posto para eu me reabastecer —

Minha alma ecoa cansada 

uma hora essa velha estrada vai acabar — Mas não tenho onde pertencer —

quando a morte enfim me convidar a entrar em sua casa, chamada vazio - um lugar tão frio —

entro de bom grado, segurando em sua mão - a morte toma minha alma —

caminho até a sala de estar, vaga; a cada passo esquecendo da velha estrada — 

me sento, concedo minha vida, longe dessa agonia — me permito, não me sinto mal —

Me esvaio, minha alma tomando escuridão — chegando ao fim — por um momento vejo onde a velha estrada termina — Talvez não fosse tão ruim ter continuado mais um pouco. 

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Comentários2

  • Melancolia...

    Seu poema é um sopro cru e sincero de alma — dessas palavras que não se escrevem só com tinta, mas com cansaço, silêncio e saudade de si. A metáfora da estrada é poderosa: essa travessia solitária onde falta combustível, mas nunca falta a vontade de seguir, mesmo que arrastando o coração.

    A dor da solidão, do não pertencimento, e essa entrega quase serena à escuridão... tudo isso pulsa em cada verso, mas o final me tocou profundamente.

    Porque mesmo diante do fim, há aquele sussurro: "Talvez não fosse tão ruim ter continuado mais um pouco." E esse talvez... é tudo. É o fio tênue entre o fim e a possibilidade.

    Seu poema é triste, sim, mas também é profundamente humano. Obrigado por compartilhar esse pedaço tão íntimo da estrada.

    • Carrietta

      Obrigada de verdade!

    • MAYK52

      Sempre que leio os teus poemas, Carrietta, vejo uma pessoa melancólica, triste, desiludida com a vida.
      Não sei sinceramente, se são apenas desabafos poéticos, ou se, efetivamente, sentes tudo o que as tuas palavras refletem.
      Se assim for, deixa-me dar-te um conselho. A vida é uma longa estrada, onde nos surgem mutos obstáculos, e muitos deles, difíceis de ultrapassar. Nos entanto, a vida é uma passagem. Nascemos vivemos e morremos. É factual. Todos nós sabemos disso. Por isso mesmo, não deixes que as más lembranças, ideias nublosas e cinzentas, ofusquem o sol brilhante que há em ti.

      Beijinhos e tudo bom, amiga Carrie.

      • Carrietta

        Essa é só a ponta do iceberg dos 70 poemas que escrevi. Porém, obrigada pelo conselho amigo!



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