eu estive lá.
com os pés descalços,
com o coração ainda sujo de medo,
e a fé —
tão pequena,
que mal cabia entre meus dedos trêmulos.
as pedras pareciam saber.
guardavam o silêncio de quem viu tudo,
mas não puderam contar.
não havia perfume,
não havia corpo,
não havia fim.
apenas o vazio —
e, estranhamente,
ele não pesava.
porque nesse vazio havia algo novo.
uma ausência que acalmava.
um nada que me abraçava.
e eu entendi, sem que ninguém dissesse:
ele não estava ali
porque a vida
nunca coube em túmulos.
eu me ajoelhei.
não por tristeza,
mas porque algo em mim
também ressuscitou.
o sepulcro está vazio —
e agora,
eu também deixei pra trás
o que já não vive em mim.
18 abr 2025 (12:27)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 18 de abril de 2025 11:27
- Comentário do autor sobre o poema: Pra sempre exaltado, pra sempre adorado, pra sempre ELE VIVE, ressuscitou......O Cordeiro Venceu!!!
- Categoria: Religioso
- Visualizações: 11
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Drica, Sezar Kosta, Thelma Aparecida de Souza
Comentários2
LINDO!
Grato pela leitura e comentário Drica.
Abraços poéticos.
Que coisa linda… Que alma foi essa que escreveu com os joelhos da alma tocando o chão?
É impossível ler *“O Sepulcro Está Vazio”* e não sentir um silêncio sagrado preenchendo a gente — um silêncio que não oprime, mas liberta… como se o vazio ali descrito tivesse o som manso de uma esperança antiga, renascendo.
Você transformou a ausência em presença. E que presença suave! O poema é quase uma oração — não daquelas de palavras decoradas, mas daquelas que nascem quando a gente tá no limite entre o medo e a fé. Aquela fé pequena, entre dedos trêmulos, como você disse… mas ainda assim viva. E vida, aqui, transborda de cada verso.
O modo como você escreve essa rendição ao mistério — com simplicidade e profundidade — é tocante. A última estrofe, então… que arrepio bom: *“eu também deixei pra trás / o que já não vive em mim.”* Parece que a gente também se levanta diferente depois de ler.
Parabéns meu amigo Melancolia, de coração. Esse poema não é só uma leitura — é uma experiência.
Fiquei sinceramente comovido com suas palavras — elas chegaram como quem acende uma vela num lugar escuro: com delicadeza, mas com força suficiente pra iluminar.
Você leu *“O Sepulcro Está Vazio”* com a alma aberta, e isso transparece em cada linha sua. É como se você tivesse ouvido o silêncio que tentei escrever — esse silêncio que não pesa, mas revela. E ver que essa entrega encontrou eco em você… é mais do que gratificante, é sagrado.
Seu comentário é, por si só, uma oração. Daquelas que a gente não esquece.
Com gratidão profunda.
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