Coveiro

individuo_doisum

Recentemente, virei coveiro

Não de ocupação, pois não ganho nada

E sim por omissão 

 

O que faço mais é enterrar mesmo

Contudo, esses tempos, desenterrei de algumas covas

Coisas que gostaria de nunca ter enterrado

Não porque sinto saudades, não!

Mas porque queria que nem pudesse eu enterrá-las

Pois nesse mundo elas nunca existiriam

 

A terra em minhas mãos é, porém 

Prova de que o meu querer é inútil 

Alguns dos cadáveres são meus, confesso

Outros não, só fui cúmplice 

Alguns em especial eu tenho nojo

Me ferve o sangue 

Me faz incrédulo 

Me faz adverso 

Entretanto, tudo que tenho agora é a maldita pá 

E lá vai mais terra!

 

  • Autor: individuo_doisum (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de abril de 2025 21:17
  • Comentário do autor sobre o poema: Olá!\r\nComecei a escrever poemas faz pouco mais de 1 ano e tenho gostado muito dessa belíssima arte.\r\nSe alguém ler e tiver conselhos, agradeço!
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 9
  • Usuários favoritos deste poema: werner


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