Veio sem anunciar,
sem batida à porta,
sem bilhete sob o tapete.
Era só um silêncio novo —
um sussurro nos cantos
do assoalho da alma.
E eu, distraído de mim,
não percebi:
ele já morava ali.
O amor chegou
com os bolsos vazios,
como quem não quer nada.
E, na verdade, não queria.
Queria apenas ser.
E ser…
era tudo.
Era o vazio, enfim, preenchido —
não com festa,
nem com promessas,
mas com o peso leve
do que não se precisa dizer.
Esse inquilino estranho
trouxe-me um espelho.
E, ao me ver nele,
encontrei o que me faltava —
ou talvez,
o que nunca ousei procurar.
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Autor:
Sezar Kosta (
Offline)
- Publicado: 15 de abril de 2025 00:13
- Comentário do autor sobre o poema: Dizem que o amor bate à porta… o meu entrou pela janela da alma, sem pedir licença, feito aquele hóspede que chega antes do check-in e ainda traz um espelho na bagagem. Foi ali, entre um silêncio e outro, que me vi pela primeira vez — de verdade. Este poema nasceu desse susto manso, dessa visita inesperada. Se ele também bateu aí no seu coração (ou ao menos deu um aceno simpático), me conta nos comentários: adoro saber como essas palavras se espalham por outros espelhos por aí.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 16
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários1
Todos os dias descobrimos um pouco sobre o Amor, ele vem se instalando quando menos se espera é um inquilino, Amei seu poema. Parabéns poeta.
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