o mundo perdeu o som da tua voz.
e eu, perdi o chão.
as paredes da casa parecem maiores
desde que o teu perfume não mora mais nelas.
o café esfria mais rápido.
as horas não têm destino.
as roupas seguem limpas,
mas ninguém mais se importa com a dobra perfeita.
tu foste, mãe,
sem prometer volta —
e, no entanto, eu espero.
espero teu riso atravessando a porta,
e tua voz: “filho, come” que curava até febre.
espero tua bronca disfarçada de afeto.
teu nome agora mora em velas.
mas tua ausência grita em mim.
é estranho:
o mundo não parou.
o sol nasceu como se nada tivesse acontecido.
as pessoas sorriem como se não faltasse tua presença,
vários corações frios que já conheci.
mas aqui dentro, minha madre,
há um sepulcro de silêncio.
e nele, guardei tua última palavra a mim,
teu último olhar…
e a esperança tola e persistente
de te reencontrar num sonho qualquer.
se houver céu,
que ele te abrace como eu não pude no fim do dia.
se houver paz,
que ela te envolva como teu colo fez comigo por tantos anos.
obrigado por tudo.
e me perdoa —
por tudo que não consegui dizer, antes do adeus,
antes do último abraço que não consegui sentir.
10 abr 2025 (10:46)
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Autor:
Melancolia... (
Offline) - Publicado: 10 de abril de 2025 09:46
- Comentário do autor sobre o poema: Pra dizer adeus....Pra dizer Nunca Mais.....
- Categoria: Triste
- Visualizações: 15
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Paturso, jigor, Bela flor
Offline)
Comentários3
Saber que num dia qualquer pode morar o último instante é difícil. É bom acreditar que a pessoa está caminhando conosco do outro lado da vida. Belo poema. Bom dia poeta.
Bom dia Rosangela,
Bem verdade viu...
Tentamos camuflar a dor, mas ela se intensifica dentro do nosso ser...
Uma perca irreparável e constante....
Sentimos mesmo ela do nosso lado, sendo que em outras estações.
Abraços e grato pelo comentário.
Força vida!! Só queria te dar um abraço S2 :'(
BB...
Sinto sempre teu abraço....É que as vezes a dor é um pouco mais agressiva...
S2
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