O amor é como o doce de abóbora
que começa no campo,
na terra úmida,
no corte cuidadoso da fruta madura.
Ele precisa do fogo baixo,
da colher que não para,
do açúcar que equilibra o amargo.
Às vezes, ele escapa da panela,
borbulha além do controle,
e queima.
Mas, quando acerto,
o amor tem gosto de infância,
do cheiro doce que preenche a cozinha,
do som de risos ao redor da mesa.
É como um lençol no varal,
dançando com o vento,
ou como duas mãos que se encontram na reza,
silenciosas e firmes.
Amar é plantar flores no quintal,
mesmo sabendo que a chuva forte
pode levar tudo.
É aceitar que o jardim cresce devagar,
entre folhas secas e pétalas novas.
E, no fim, são as mãos sujas de terra,
o cheiro do doce no ar,
e o sol que atravessa as nuvens,
que fazem tudo valer a pena.
-
Autor:
Sezar Kosta (
Offline)
- Publicado: 9 de abril de 2025 15:39
- Comentário do autor sobre o poema: O amor é algo que exige paciência e cuidado, como fazer um prato simples. Começa com o básico, mas, para dar certo, precisa de tempo, atenção e os ingredientes certos. Às vezes, ele falha, mas o importante é não desistir. Amar é dedicar-se, sabendo que os frutos virão com o tempo, mesmo com os desafios no caminho.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 16
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.