Entre soluços e travesseiros encharcados,
me afastei de você
com o coração implorando ar,
e os olhos pedindo trégua.
Foi preciso...
mesmo que cada gesto gritasse o contrário.
Bloquear você não foi rompimento,
foi sobrevivência.
Chorar não foi adeus,
foi instinto.
No silêncio do quarto,
sem testemunhas, sem promessas,
me abracei como nunca.
Minhas mãos
que tanto buscaram as suas
aprenderam a me consolar.
Meu peito que tremia de falta
acolheu meus próprios naufrágios.
Sim, ainda dói.
Sim, ainda te penso.
Mas hoje, só por hoje,
me escolhi com a dor.
Mas hoje...
com as mãos trêmulas,
os olhos marejados,
e o peito ainda aberto
eu fiquei.
Fiquei por mim.
Fiquei apesar de mim.
Fiquei mesmo sem saber como.
Hoje,
eu fui abrigo.
Mesmo ferida,
eu fui casa pra mim.
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Autor:
SDafny (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 7 de abril de 2025 18:02
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse texto num daqueles dias em que tudo parece pesado demais pra carregar. Mesmo com o coração apertado, com a vontade de voltar correndo e os olhos marejados de saudade… eu fiquei. Fiquei por mim, mesmo sem saber direito como, mesmo tremendo por dentro. Escrevi pra lembrar que às vezes amar também é saber a hora de se afastar e se abraçar. Pode ser que amanhã eu vacile, que o coração insista, que a saudade grite mais alto. Mas hoje, eu me escolhi. Hoje, eu fiquei. E isso, pra mim, já é coragem demais.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários2
Adorei...
Boa noite querida, parabéns pela coragem, e pela força com que a expões, pela poesia profunda de sentimentos,
Muita força para você,
Saudações poéticas
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