A dor me diminui,
torna-me um nada obsoluto.
Porém, Narciso, todos se importam,
quando, na verdade, nem tanto.
Nem nada.
Minhas idas se tornam dolorosas:
dou importância ao nada
e esqueço-me do tudo.
Meu eu se torna o alheio,
e, aos meus olhos,
minha dor é exposta.
Timidez, meu véu e minha cela,
me esconde do mundo
e do meu próprio reflexo.
Narciso ri,
enquanto eu me afogo
no lago que não devolve
a imagem que eu queria ver.
Suas palavras gotejam,
formam estalagmites
no eterno do meu ser.
Cada sílaba, um peso;
cada olhar, uma sombra.
E eu, aqui,
entre o espelho e o abismo,
perco-me no silêncio
do que nunca pude ser.
-
Autor:
Andre Matheus (
Offline)
- Publicado: 23 de março de 2025 10:52
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 16
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.