Naquela noite fatídica, eu não consegui dormir.
Olhava esperançosa para o celular,
esperando, angustiada, por uma ligação,
uma mensagem tua dizendo:
"Vem me buscar!"
Levantei da cama e fui até a janela da sala.
Sentei no braço do sofá e, em silêncio, observei
o clarão que rasgava o céu,
acompanhado da chuva forte.
Lembrei da última vez que estive com você.
Você tentava esconder o cabelo assanhado,
porque ainda não tinha terminado de arrumar.
Enquanto ia de um lado para o outro,
eu só conseguia te ouvir, atenta,
falando sobre a maquiagem perfeita,
a roupa certa,
a importância daquele momento.
E eu só queria dizer
que, para mim, você já era perfeita,
mesmo de cabelo bagunçado,
mesmo sem toda essa preocupação.
Mas guardei as palavras comigo.
E agora elas ecoam nessa noite sem fim.
Agora estou aqui, diante do nosso último adeus.
O silêncio pesa mais do que qualquer palavra não dita,
e tudo que sobrou foi a chuva forte
batendo contra a janela.
Seu nome agora é sussurro no vento,
seu riso, uma lembrança distante.
E por mais que eu espere,
sei que o celular nunca mais vai tocar.
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Autor:
Lyvia Cruz (
Online)
- Publicado: 22 de março de 2025 11:38
- Categoria: Triste
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários2
Esse poema traz uma sensação de espera angustiante e uma melancolia profunda.
Ele nos faz refletir sobre a dor do silêncio e do não-dito, sobre as palavras que ficam guardadas e as lembranças que se tornam cada vez mais distantes com o tempo.
A conexão emocional que o eu lírico tenta manter, mesmo após o fim, é tocante, e o contraste entre a expectativa da ligação e a realidade do “último adeus” deixa um peso grande de despedida.
O jogo entre a chuva forte e o silêncio, o celular que não toca, tudo isso cria uma atmosfera de solidão e saudade. Um texto simples, mas com uma carga emocional muito intensa. A impressão que fica é a de que, muitas vezes, as palavras mais importantes são as que não conseguimos dizer no momento certo.
Belo poema....
Caramba. Que lindo. Obrigada, é uma honra.
Satisfação...
Abraços.
Tudo indica que o amor não vingou e a poetisa se martiriza. Ajuda dizer que um novo amor vai chegar e curar as dores do que se foi? É assim. E temos que aprender as lições,com ou sem dores. Bom poema!
Seu cometário me fez lembrar:
"O amor que se foi deixou marcas, é verdade,
mas cada cicatriz também guarda beleza.
O tempo, com mãos suaves, refaz a estrada,
e onde havia dor, nascerá leveza.
Um novo amor virá como brisa tardia,
sem pressa, sem medo, no tempo certo.
E o coração, que um dia chorou na chuva fria,
voltará a bater sereno e aberto.
Pois amar é verbo que nunca se apaga,
mesmo quando a chama parece cessar.
Toda despedida ensina e alarga
a alma que aprende a recomeçar."
Muito obrigada pelo seu cometário, poeta.
O segundo poema é pleno de sabedoria e traz boas mensagens. É de tua autoria?
Sim, mas a autoria é mais da minha tia do que minha. Esse foi um conselho após um término doloroso para mim.
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