Olhos do governo

Sergio Persi



Nas vielas de barro e sonhos quebrados,  
A esperança se esconde em olhares cansados,  
Vive a população, entre risos e lamentos,  
Na favela pulsante, onde o tempo não é lento.  

Votam por necessidade, vendem seu valor,  
Com promessas vazias que não trazem amor.  
Um prato na mesa, um sonho a pagar,  
Mas no fundo do peito, um grito a ecoar.  

Os olhos do governo, sempre distantes,  
Ignoram os passos dos seres errantes.  
Direitos que dançam em sombras de papel,  
Um futuro incerto sob o céu de um pincel.  

Na esquina da vida, a dignidade se esvai,  
Enquanto se afunda no lodo da lei que não vai.  
É um ciclo sem fim, um labirinto cruel,  
Onde vender o voto é só mais um troféu.  

Mas mesmo na dor, há força a brotar,  
Nos corações valentes que insistem em amar.  
Que um dia as vozes sejam ouvidas de verdade,  
E a favela floresça na plena liberdade.

  • Autor: Sergio Persi (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de março de 2025 08:35
  • Comentário do autor sobre o poema: Um poema escrito por mim, em forma de uma crítica política e social.
  • Categoria: Sociopolítico
  • Visualizações: 7
Comentários +

Comentários1



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.