Sinto-me como um jovem perdido. No futuro e presente, se perdendo com os passos que dou rodeando o mesmo mal-gosto com apenas a possibilidade de inverter a roda. Ponteiros de relógios, que, hoje já penso na rapidez onde penso e não existo.
Existo apenas em algum lugar, talvez em memorias alheias. Agora com os pés no chão de uma sala, com cerâmicas que refletem o mínimo sossego de alguns a minha vida.
Os sentidos que re-toco no final de uma noite ressentida.
Da vida latejante com o que resta para quem ja desiste.
Onde escutar é deliberado, talvez alguns turbilhões. "Ver" se tornando necessariamente óbvio demais. Falar é imprescindível. Palavras ingenuamente ásperas e pontiguadas quando descem da garganta, perfurando dos tendões aos nervos, apregando aos miolos a ideia pejorativa de minha inutilidade a papeis sociais.
Sinto que sou, e tento não sentir o que será e como sou. A unica coisa ecoando enquanto escrevo de meu mortífero espírito a supostas respostas. Desnutrido de esperança, e quando há, prolonga cada agulha e me espeta igualmente na desesperança.
Tendo a timidez, o medo de mim, o ser humano que ja não sabe o que há de ser. Faltará alem da maioria a bajulação do cansaço, da vontade quase vivida da própria morte? Não, a sala é fria, meu sangue borbulha bruscamente contra a pele palida.
E mesmo assim me senti tão neutro e vivaz nesta ideia mórbida.
Eu não amo, não os odeio. E os sinto muito. Se eu pudesse além de mentir, faria por maioria.
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Autor:
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- Publicado: 17 de março de 2025 20:14
- Categoria: Carta
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