A noite caiu, mas não trouxe descanso,
trouxe gritos, ofensas, lágrimas secas no rosto.
Tua voz, embriagada, ecoava pelas ruas,
acusando-me de crimes que nunca cometi.
As chaves voaram, o orgulho se estilhaçou,
meu nome manchado diante de portas fechadas.
E quando a madrugada engoliu teu corpo sem rumo,
meu coração, ainda tolo e amoroso saiu à tua procura.
Pelas esquinas, pelo asfalto frio,
pelos becos que temia pisar,
perguntei por ti a quem pouco se importava,
e soube então do preço pago pelo teu vício.
Me contaram dos abraços que não eram meus,
dos toques vendidos por nada além de ilusão.
E a dor, oh, a dor que senti,
foi como ser esmagado por mil punhos invisíveis.
E então voltaste, sem memória, com palavras,
com olhos vazios e um bafo que me afastava.
O álcool, esperma, porém tua boca sussurrava mentiras,
mas tua pele gritava verdades que eu não queria ver, - O que é isso, marcas de sexo, aralhoes e chupadas.
Discutimos, nos ferimos,
cada palavra um golpe, cada silêncio um abismo.
E no fim, o desejo venceu a razão,
mas o amor... o amor ainda lutava para existir.
E sigo agora, passo a passo,
remontando o que um dia foi inteiro.
Talvez a confiança não volte de súbito,
mas sinto que ela renasce, pouco a pouco.
O tempo, com suas mãos pacientes,
costura as feridas que a noite abriu.
E um dia, quando o medo já não restar,
talvez o nosso amor encontre novamente uma morada de confiança a descansar.
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Autor:
Lua em Libra (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 10 de março de 2025 07:45
- Categoria: Triste
- Visualizações: 7
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários1
Sempre intenso ...Nossa....
Aplausossssssssssss
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