Há um vazio que não se cala, uma certa lacuna que se instala.
Como diz Lacan: é o desejo que nos habita, uma ausência que, sem sentido, nos instiga e incita.
Busco, insatisfeita, o que não sei nomear,
mas nem sempre é preciso encontrar.
A felicidade, às vezes, é um sopro leve,
que não se agarra, mas que simplesmente é breve.
Sorrio ao entender que não preciso correr,
que a vida não é só o que quero ter.
O desejo me move, mas agora não me aprisiona,
é o ritmo do vazio que me abandona e me abona.
Não há fim, só o caminho,
o movimento que é o próprio carinho.
E nessa busca, que nunca se completa,
encontro a paz que o desejo interpreta.
Desejo e insatisfação são motores,
mas a felicidade pode estar justamente em aceitar
o movimento sem a necessidade de preencher
esse completo e imenso vazio.
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Autor:
Anna Gonçalves (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 7 de março de 2025 01:37
- Comentário do autor sobre o poema: Ao ler o livro História da solidão e dos solitários, refleti sobre vários aspectos que sempre busquei para me satisfazer emocionalmente, principalmente por questões familiares que eu não sabia que precisava resolver. Após fazer terapia e ler uma parte do livro, tive insights que me deixaram feliz por finalmente compreendê-los.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 19
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Tom Kalado
Offline)
Comentários1
Importante descrição sua e sobre o livro. Acredito que pra se preencher esse vazio é preciso se realizar de uma forma ou de outra é preciso equilibrar as pilastra e entender que todos nós temos uma missão e estamos aprendendo um com o outro, existe pessoas que temos mais afinidade que outras, somos mais ouvintes, mas não podemos descartar ninguém. O melhor quando dá uma sensação de vazio é fazer uma agenda de todas as tarefas diárias e ver se estamos seguindo aquele padrão ou estamos nos omitindo de algo. Belo tema abordado poeta. Bom dia.
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