Na casa de vozes cortantes,
sou o eco que ninguém ouve.
Gritam meu nome como sentença,
mas nunca perguntam se estou bem.
Carrego pesos que não são meus,
sou alvo fácil da tempestade.
Cada palavra, um corte invisível,
cada dia, um novo fardo.
Queria sumir, evaporar,
ser vento e não mais pedra.
Mas ainda respiro, mesmo quebrado,
mesmo sem saber se aguento mais.
Se alguém me ouvisse,
se alguém visse além do erro,
talvez a dor fosse menos funda,
talvez eu quisesse ficar.
-
Autor:
Tainara Freitas (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 22 de fevereiro de 2025 21:51
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 41
Comentários1
UAU
Mesmo sendo um grito silencioso, ainda é cortante como um vendaval.
Vi vários temas e aspectos de coisas que já escrevi refletidos em tuas palavras, que gerou em mim um sentimento de identificação. O tema de abandono, o desejo de desaparecer, o peso de carregar expectativas alheias. Deixarei alguns versos de Selva de pedra, a fim de que vc compare-os com os temas presentes na segunda e terceira estrofes:
Já não há motivo para lutar.
Para onde foi meu luar?
Eis que desço, desço,
Corro e me afundo
Num mar tempestuoso,
Num abismo - dos mais profundos!
Apresso-me em direção ao vento.
Quero tornar-me em nada!
Pois que do nada, nada vem.
Ademais, parabéns por teres conseguido colocar em palavras tamanho sentimento. Fique bem,
Abraços.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.