Na casa de vozes cortantes,
sou o eco que ninguém ouve.
Gritam meu nome como sentença,
mas nunca perguntam se estou bem.
Carrego pesos que não são meus,
sou alvo fácil da tempestade.
Cada palavra, um corte invisível,
cada dia, um novo fardo.
Queria sumir, evaporar,
ser vento e não mais pedra.
Mas ainda respiro, mesmo quebrado,
mesmo sem saber se aguento mais.
Se alguém me ouvisse,
se alguém visse além do erro,
talvez a dor fosse menos funda,
talvez eu quisesse ficar.